quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

AS ELEIÇÕES E O FUTURO DO NÁUTICO


As eleições do Náutico devem ser motivo para reflexão de todos os alvirrubros.

Contamos com mais de 1,5 milhão de torcedores. No entanto, tivemos apenas 3.316 sócios com direito a voto, dos quais 1.653 participaram das eleições para eleger um presidente e um vice, além do Conselho Deliberativo. Assim, podemos afirmar que apenas 0,1% da família alvirrubra escolheu seus dirigentes. Dentre as chapas concorrentes nenhuma delas conseguiu registrar o quantitativo máximo de conselheiros previstos para o escrutínio. Portanto, amigos, analisar esse processo como sendo a plenitude do exercício da democracia no Clube ou como solução para a representação absoluta de poder é se perder na realidade.

Participamos de uma eleição onde a comissão eleitoral, por quatro votos a zero, negou a candidatura de um dos participantes e o outro candidato não foi impugnado devido às manobras políticas da estrutura de poder do clube. Agora, pasmem os senhores, mesmo com a candidatura impedida pela unanimidade da Comissão Eleitoral, através de duas liminares, o Senhor Berillo de Albuquerque Júnior - que talvez se considere a maior liderança do Clube Náutico Capibaribe, pois impôs os nomes que desejava à quase totalidade dos alvirrubros mais influentes - conseguiu se eleger Presidente do Conselho Deliberativo.

Parece inacreditável, mas o fato é que o Presidente do Executivo que encerrou seu mandato no final do ano passado e que somente no dia 5 de novembro de 2011 entregou ao Conselho Deliberativo sua prestação de contas administrativas referente ao ano de 2010, ou seja, com um atraso superior a oito meses em relação ao prazo legal (28 de fevereiro de 2011), vai presidir o Conselho que irá julgar as próprias contas da sua gestão no Clube (2010 e 2011). Também fará as indicações de praxe do Conselho Fiscal que irá analisar todos os feitos da sua gestão.  Ora, alguém acredita na isenção dessa avaliação?

Isso pode até ser legal, mas é imoral e antiético. Convém lembrar que na gestão correspondente ao biênio 2008-2009, pela primeira vez na história do Clube Náutico Capibaribe, o Executivo teve sua prestação de contas rejeitada pelo Conselho Deliberativo.
   
O Náutico é uma organização social sem fins lucrativos que movimenta milhões de reais, onde os gestores primam pela informalidade de suas ações, como se o Clube estivesse a serviço dos interesses particulares de alguns. Isso inibe o crescimento devido ao descrédito que a torcida tem pelas administrações. Afinal, ninguém tem o interesse de contribuir como sócio sem saber como e de que forma são investidos os recursos. Fatores como a contratação de jogadores sem critérios e de mão de obra para os serviços administrativos de forma desproporcional estão onerando o clube e gerando encargos trabalhistas e fiscais, assim como a contratação de escritórios de consultoria e profissionais liberais que gravitam em torno do clube e que, muitas vezes, são escolhidos pela amizade e o relacionamento, em detrimento da competência e idoneidade que possuam.


Tudo isso gera um orçamento sempre deficitário que, via de regra, possibilita o manuseio de recursos de forma irregular e a movimentação de um caixa extra sem nenhum controle, com empréstimos e contribuições de alvirrubros abastados e a utilização de Factorings – em algumas ocasiões dos próprios dirigentes e cobrando taxas de juros muito acima das praticadas pelo mercado -, que sangram os cofres do Clube. O entra e sai de dinheiro sem controle propicia uma série de irregularidades que ficam inibidas pela paixão que o clube exerce sobre as pessoas.

Uma organização que se preze não pode ser conduzida dessa forma e o que nos deixa preocupados é que as grandes lideranças, ao invés de pautarem as eleições como um divisor de águas para as grandes decisões que estão por vir entraram numa disputa eleitoral apenas sob a ótica do poder.   
 
Senhores, não é esse o Náutico que queremos. O nosso amor pelo Náutico obriga-nos a cobrar uma administração pautada nos princípios de qualquer organização séria. E, para isso, as grandes lideranças podem contribuir decisivamente, levando para o Náutico os ensinamentos necessários para que tornemos o nosso querido clube uma empresa saudável e confiável, gerando expectativa positiva para a sociedade.
      
Amar o Náutico é muito mais do que ajudá-lo num momento de crise ou de dificuldade, quase sempre gerada pelo descontrole administrativo. No futuro que se avizinha precisaremos muito mais do que isso. Será imprescindível uma administração capaz de entender esse novo momento, com um Estatuto à altura da sua grandeza, voltado para a gestão das oportunidades e recursos que serão obtidos a partir da adoção da Arena Capibaribe e de uma boa negociação do patrimônio dos Aflitos, que só deve ser realizada após uma criteriosa avaliação do bem e de uma minuciosa análise das propostas e alternativas.

Portanto, caros sócios, dirigentes e alvirrubros em geral, a responsabilidade aumentou na medida em que delegamos missão tão nobre a dois candidatos que nem prestaram contas no momento adequado de suas administrações. Entendemos que a melhor democracia é aquela lastreada em valores éticos, morais e, principalmente, legais. Se a lei não foi respeitada para as duas candidaturas é porque deixamos de lado os princípios morais e éticos e nos pautamos pela autonomia absoluta.
   
“O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado” (Albert Einstein)

Carlos Lindberg Lins e Newton Morais e Silva
Conselheiros Eleitos do Clube Náutico Capibaribe




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De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos. 01/09/2011 Confúcio

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