sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Paradigmas do Futebol


O futebol move paixões. E com essa avalanche de sentimentos perdemos o senso crítico e tendemos a analisá-lo somente pelo aspecto de seus resultados (vitórias e derrotas). Nesse sentido damos pouca ênfase ao processo de gestão e valorizamos demasiadamente a contratação de atletas e jogadores como a melhor forma de se atingir os objetivos.

Quando não temos a percepção exata do processo e trabalhamos com objetivos de curtíssimo prazo a tendência é darmos ênfase exagerada aos meios para justificar os fins e aí corremos o perigo de errar muito mais do que acertar.

O sucesso a qualquer preço. No caso do futebol, tendemos a horizontalizar as medidas de gestão, dando mais ênfase à contratação de atletas, em detrimento da organização e do planejamento. Em uma frase o Paul Bear Bryant, técnico do futebol americano, resumiu a essência do resultado no futebol com a seguinte frase:

 “Não é a vontade de vencer que importa – todo mundo tem isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer”.

Em qualquer atividade profissional ou empresarial o planejamento é a condição sine qua non para se atingir objetivos. No mundo competitivo como o nosso, onde a informação deixou de ser uma exclusividade, e a tônica é a criação a partir da percepção exata da necessidade de uma camada social, as empresas de sucesso precisam alinhar seus objetivos estratégicos com a essência de sua atuação. 

O futebol não é diferente. Todas as frustrações e alegrias vão para as arquibancadas que explode de forma positiva ou negativa a depender dos resultados. E o que vemos é que os nossos clubes estão pouco preparados para o desafio de transformar toda essa paixão em negócios positivos e sustentáveis para os clubes. 
  
Por outro lado o que observamos na maioria das vezes é que existe uma fragilidade enorme na condução dos seus objetivos, simplesmente pela falta e uma atuação consistente das instâncias de poder.

Ao invés do Conselho Deliberativo ser um órgão de controle das administrações, definindo, metas, objetivos e direcionando a atuação do executivo dentro das necessidades do clube, os presidentes eleitos assumem completamente esse papel com uma visão de curto prazo, onde geralmente a tônica são, apenas, os resultados a qualquer custo.

Com isso gasta-se o que não pode, de uma forma desproporcional, gerando passivos de difícil recuperação.

E qual a saída? Bem a saída é inverter a lógica atual da maioria dos clubes brasileiros. É necessário rever conceitos. E nessa nova visão precisamos pensar o futebol a partir de sua organização interna e de seus conceitos enquanto empresa, com uma visão de curto, médio e de longo prazo. É preciso criar mecanismos de controles internos com estruturas organizacionais adequadas ao seu funcionamento e às necessidades financeiras.

O Conselho Deliberativo precisa tomar as rédeas e ter conhecimento efetivo de tudo que se passa no clube para, a partir daí, orientar a atuação dos executivos com vistas a obter os melhores resultados dentro de uma visão de longo prazo.

É inadmissível que os clubes brasileiros, com o faturamento que possuem, atuem sem uma governança corporativa que proporcione credibilidade, segurança e controle das gestões. O que vemos é que tudo acontece sem os sócios e torcedores tenham a noção exata do que foi realizado, limitando-se apenas as alegrias ou frustrações dos resultados nas arquibancadas.



Carlos Lindberg Lins
Administrador e Conselheiro do Clube Nautico Capibaribe






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